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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A EDUCAÇÃO  DE JOVENS E ADULTOS VISTA SOB UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO
Paula Silvana Cezar Pereira Koenig[1][1]
   Pedagoga e aluna do curso de  Pós-Graduação  em   Psicopedagogia    Clínica e Institucional Unilasalle Canoas- RS


RESUMO
Este trabalho apresenta um  breve histórico da Educação de Jovens e Adultos – EJA - no Brasil, bem como os fundamentos e metodologias desenvolvidas.  Apresenta entrevistas realizadas com uma turma de EJA e mostra a importância de se ter políticas públicas continuadas nesta área de ensino. Indica o porquê de jovens e adultos retornarem à escola em busca da alfabetização e da conclusão do ensino fundamental e médio,  bem como delimita o espaço do Psicopedagogo na área institucional.
Palavras-chave : Educação. Jovens. Adultos. EJA.
 
ABSTRACTThis paper presents a brief history of the Education of Young and Adult-EJA-in Brazil, as well as foundations and methodologies developed. Presents interviews with a group of EJA and shows the importance of public  policies have continued in this area of education. Indicates why the young people and adults returning to school in  search of   literacy   and    completion   of  elementary  and   high   school,   and   defines  the space in the area of institutional  psychopedagogists.Keywords: Education. Young. Adults. EJA. 


1 Uma retrospectiva histórica da  Educação de Jovens e Adultos  

Realizar um estudo sobre a Educação de Jovens e Adultos - EJA e compreender as particularidades desta modalidade de ensino, são objetivos deste trabalho. Entretanto, faz-se necessário também, compreender os aspectos históricos ligados à EJA , quais idéias estiveram relacionadas a este movimento e em que momento ele  iniciou.
O presente estudo começa no ano de 1945, quando o decreto n° 19.513, de 25 de agosto foi aprovado e fez com que a EJA se tornasse oficial em nosso país.  A partir  deste  ano, muitas campanhas e projetos foram lançados idealizando erradicar o analfabetismo.
Paulo Freire, no ano de 1963, integrou o grupo para a elaboração do Plano Nacional de Alfabetização junto ao Ministério da Educação, processo interrompido pelo Golpe Militar, que reduziu a alfabetização a apenas aprender a desenhar o nome.
Ainda assim,  a  partir do pensamento  pedagógico de Paulo Freire (1963), bem como sua proposta para a alfabetização de Jovens e Adultos, muitas foram as inspirações e principais idéias de alfabetização e educação popular já no início dos anos 60.
De acordo com Santos (2009)[2][2], em 1967, foi criado o Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização, este porém, além de não garantir  a continuidade dos estudos, ainda possuía um  material acrítico e padronizado que decretou o fracasso do programa.
Santos ainda descreve que em 1985, nasceu a Fundação Educar, que acompanhava e supervisionava as instituições e secretarias que recebiam recursos para executar seus programas, porém, em 1990 foi  extinta devido a  um período de omissão do governo federal em relação às políticas de alfabetização de jovens e adultos.
Contraditoriamente, a Constituição Federal de 1988 estendeu o direito à educação de jovens e adultos e foi neste ano  que a concepção de EJA passou a existir incluindo a todos, inclusive aos que em idade própria não obtiveram acesso ao ensino.  Apesar disto, foi só em  1996, a partir da lei de Diretrizes e Bases da Educação (lei n° 9394/96 ), que a nomenclatura de Ensino Supletivo deu lugar à EJA ( Educação de Jovens e Adultos).
A partir  do ano de 1996, surgiram três programas de origem federal destinados à EJA: o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), Plano Nacional de Formação do Trabalhador (PLANFOR) e o Alfabetização Solidária, que apesar de ter sido  criado com o objetivo de erradicar o analfabetismo,causava grande polêmica por sua característica assistencialista.
Já em 2003 no  governo atual, foi lançado o programa Brasil alfabetizado que dá ênfase ao voluntariado, apostando na mobilização da sociedade para resolver o problema do analfabetismo.  

1.1 Fundamentos e metodologias  da Educação de Jovens e Adultos 

Em meados da década de 40, surgiu nos Estados Unidos Laubach, um guia  de ensino de leitura para adultos. Os resultados deste guia foram tão positivos, que no  Brasil,  o Ministério de Educação inspirou-se nele e criou “ O Primeiro Guia de Leitura”.
Segundo esclarecimentos do MEC: 

O Guia de Leitura, baseava-se no ensino do método silábico. As lições partiam de palavras-chave selecionadas e organizadas segundo suas características fonéticas. A função dessas palavras era remeter aos padrões silábicos, estes sim o foco do estudo.
As sílabas deveriam ser memorizadas e remontadas para formar outras palavras. As primeiras lições também continham pequenas frases montadas com as mesmas sílabas. Nas lições finais, as frases compunham pequenos textos contendo orientações sobre preservação da saúde, técnicas simples de trabalho e mensagens de moral e civismo ( MEC, 1997, p.21). 

No final da  década de 50, havia muitas deficiências administrativas, financeiras e pedagógicas. A aprendizagem adquirida havia sido superficial e o método de ensino falho, visto que era inadequado para a população adulta e para as diferentes regiões do país. Foi  então, que uma nova visão de alfabetização de jovens e adultos se estabeleceu e um outro paradigma pedagógico se consolidou a partir de Paulo Freire.
Freire, em meados de 64, foi considerado um dos maiores pedagogos dos últimos tempos e suas idéias e práticas contribuíram muito para a educação popular. Os principais programas de alfabetização foram inspirados por ele , inclusive o Plano Nacional de Educação. Sob a ótica deste plano, o analfabeto começou a ser visto como efeito da situação de pobreza e não como causa. Estava assim,  instituído o “método Paulo Freire” : primeiramente o alfabetizador passaria pela fase preparatória, onde deveria realizar uma pesquisa e descobrir  a realidade do grupo com o qual iria trabalhar. Paralelamente, faria um levantamento das palavras  que os alunos utilizavam para expressar esta realidade. Estas palavras seriam o  eixo norteador de toda a alfabetização. O método também trabalhava com a auto-estima dos alfabetizandos, cartazes e slides deveriam dirigir uma discussão que valorizasse o aluno e o levasse a assumir-se como sujeito aprendente , capaz e responsável. Só então as palavras geradoras eram apresentadas e  discutidas sílaba por sílaba. Acreditava-se que com cerca de vinte palavras uma pessoa se alfabetizaria  em três meses. Logo estas palavras geradoras começariam a dar lugar a temas geradores, onde os alfabetizandos expandiriam seus conhecimentos e já se enganjariam em atividades comunitárias.

Segundo Barros e Alencar (2009)[3][3], no ano de  1967, o governo assumiu o MOBRAL que contava com um volume significativo de recursos. O MOBRAL consistia em reproduzir o método Paulo Freire, porém, sem todo aquele eixo problematizador. Desenvolvia ações diretas de alfabetização e pintava uma sociedade cor-de-rosa, incentivando os analfabetos a fazerem parte da mesma.
A Fundação Educar foi criada em 1985 e, diferentemente do Mobral, passou a fazer parte do Ministério da Educação. Exercia a supervisão e o acompanhamento junto  às instituições e secretarias que recebiam os recursos transferidos para execução de seus programas. O objetivo da EDUCAR era “promover a execução de programas de alfabetização e de educação básica não-formais, destinados aos que não tiveram acesso à escola ou dela foram excluídos prematuramente” (ZUNTI, 2000, p. 11).
Após alguns anos, o Governo Federal instituiu o  Pronera – Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. Este programa, consiste em uma  política de Educação do Campo desenvolvida em áreas da Reforma Agrária, executada pelo governo brasileiro. O objetivo do Pronera  é fortalecer o mundo rural como território de vida em todas as suas dimensões: econômicas, sociais, ambientais, políticas, culturais e éticas.
De acordo com Zunti (2000), o Pronera nasceu em 1998 e promove a justiça social no campo por meio da democratização do acesso à educação na alfabetização e escolarização de jovens e adultos, na formação de educadores para as escolas de assentamentos/acampamentos e na formação técnico-profissional de nível médio e superior.
Já o Planfor surgiu para mobilizar e articular, gradualmente, toda a capacidade e competência de educação profissional disponível no país de modo que se alcance, a partir de 1999, oferta de educação profissional suficiente para qualificar ou requalificar, anualmente, pelo menos 20% da População Economicamente Ativa (cerca de 15 milhões de trabalhadores). Promove, assim, a constituição e articulação de uma ampla rede nacional de instituições públicas e privadas voltadas à Educação Profissional. 

1.2 Alfabetização Solidária ( AlfaSol)  X Programa Brasil Alfabetizado 

De acordo com Barros e Alencar (2009), A Alfabetização Solidária manifestou-se, inicialmente, como uma visão assistencialista.  Não concebia a função transformadora da educação, e sim, reproduzia  a assistência que recebia  de  governantes locais. Aos poucos, a prática de ensino foi sendo transformada e durante o segundo semestre de 2002 o Programa de Alfabetização Solidária – PAS -  passou a se chamar AlfaSol e ser uma organização Não Governamental – ONG. Nos dias atuais, este programa continua atuando na alfabetização de jovens e adultos.
No ano de 2003 foi criado o Programa Brasil Alfabetizado. Este Programa, assim como os demais, tem como proposta erradicar o analfabetismo e incluir socialmente pessoas analfabetas.
A Secretaria Extraordinária Nacional de Erradicação do Analfabetismo – SEEA é a encarregada de organizar e coordenar o programa que conta com a participação do governo, empresas, IES, ONGs e associações entre outras organizações de sociedade civil.
Ao analisarmos os programas  AlfaSol e  Brasil Alfabetizado, percebemos  que os dois foram criados com um único objetivo: erradicar o analfabetismo,  mas apesar disto, algumas  diferenças devem ser destacadas: 


programa
AlfaSol
Brasil Alfabetizado
 
Tempo do processo de alfabetização
6 meses
8 meses
Merenda escolar
Oferece merenda para
os alfabetizandos.
 
Não oferece merenda para
os alfabetizandos.
 
Coordenação do Programa
Contratado pela IES*.
Contratado pelo município, sem vínculo alfabetizador.
Apoio pedagógico
Contratado pela IES*.
Não há apoio
Pedagógico.
 

      *Instituições de Ensino Superior .
 
Quando nos deparamos com os dois programas oferecidos, percebemos que qualquer um deles poderá ser eficaz se acontecer de forma  transformadora, envolvendo a todos.  Qualquer programa que leve em consideração as necessidades e os anseios da população será sempre bem vindo.
De acordo com Freire:
A Educação popular se propõe a contribuir para a transformação social, tendo como objetivo a construção de uma nova sociedade que responda aos interesses e aspirações dos setores populares. Nessa medida coloca-se uma prática fundamentalmente transformadora e inovadora que busca incidir tanto a nível da sociedade em seu conjunto como a nível dos grupos e sujeitos envolvidos nela, vendo tanto nos educandos como nos educadores sujeito dessa transformação. (FREIRE,1996, p.18). 
Na visão de Freire (1996), educação popular é estimular o aluno a perguntar, a criticar, a criar, articulando este saber com o saber científico, mediado pelas experiências do mundo.
Freire idealizava uma sociedade mais justa, que iniciasse pela conscientização política, social e cultural do povo. Sendo assim, o professor que se dedica a ensinar nos projetos ALFASOL ou BRASIL ALFABETIZADO, tendo  plena consciência de seu papel, certamente contribuirá para uma educação realmente transformadora. 
 
1.3 Educação de Jovens e Adultos : a realidade constatada 

Atualmente, analisando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos ( 2000), vemos que  o Governo Federal tem investido na Educação de Jovens e Adultos visando diminuir o número de cidadãos não alfabetizados e de analfabetos funcionais. De acordo com o Plano Nacional de Educação, a Educação de Jovens e Adultos – EJA  deve propor ações para reduzir o analfabetismo  tanto no que diz respeito ao contingente existente, quanto às futuras gerações. Como metas norteadoras, o Plano Nacional  visa:
* garantir ao jovem e ao adulto o acesso e a permanência ao ensino além das quatro primeiras séries do Ensino Fundamental;
* incentivar as instituições de educação superior a oferecerem cursos de extensão para prover as necessidades de educação continuada de jovens e adultos;
* assegurar que os sistemas de ensino, em regime de parceiras com os demais entes federativos, mantenham programas de formação de educadores de jovens e adultos, capacitados para atuar de acordo com o perfil dos educandos e habilitados para, no mínimo, o exercício do magistério nas séries iniciais do ensino fundamental, de forma a atender a demanda de órgãos públicos e privados no esforço de erradicação do analfabetismo.
Com objetivo de saber como acontece  a EJA na prática, procuramos escolas que oferecem a Educação de Jovens e Adultos. Conversando com alunos de uma escola pública, no município de Esteio-RS, percebemos  que o interesse pela EJA vem aumentando significativamente devido à  necessidade de mudança pessoal e profissional. Com base em entrevistas realizadas,percebemos que  os educandos mais jovens,  procuram as escolas que oferecem a EJA, visando concluir rapidamente seus estudos, pretendendo suprir defasagens quanto sua idade-série. Para os jovens adultos, a procura se dá devido a possibilidade  de um novo emprego ou até mesmo uma chance de promoção em seu emprego atual. Já para as pessoas da terceira idade, esta é uma oportunidade única de finalmente se alfabetizarem, visto que em idade própria isto lhes foi negado. Muitos precisavam cuidar de seus irmãos mais novos, outros, necessitavam trabalhar para aumentar os ganhos de uma  família numerosa e carente de bens materiais.
Geralmente, quando um jovem ou adulto procura uma escola que ofereça a EJA, está em busca de possibilidades, quer transformar sua vida, desejoso de  conhecimentos, necessita mudanças e crescimento. As expectativas que levam estas pessoas a saírem de seus lares são  muitas e a escola, por sua vez, deve estar preparada e comprometida com os interesses e condições reais de vida dos educandos. Freire (1996) já dizia que a escola deve proporcionar uma transformação capaz de modificar seres humanos, desta forma, eles transformarão  a sociedade em que vivem.
O professor nada mais é que um mediador no processo ensino-aprendizagem e aprende junto com seu aluno, pois a educação não será eficaz  se não for assim. Muitas vezes, percebemos alguns professores que buscam dar o melhor de si, mas são barrados pelo despreparo. São profissionais presos à falta de tempo e de possibilidades de se atualizarem, pois para sobreviverem necessitam trabalhar sessenta horas semanais, sobrando pouco ou nenhum tempo para pesquisarem  e prepararem suas  aulas com  qualidade. Zagury (2006), apresenta uma análise destes problemas em seu livro “O professor refém”, onde faz mapeamento das causas do fracasso da educação no país. Analisa o porquê do ensino brasileiro estar em decadência.  É uma obra importante que traz à luz as angústias e impossibilidades de todos os professores que sentem-se desiludidos com a educação no Brasil.   
Quando falamos  de Educação de Jovens e Adultos, percebemos uma grande falha neste processo pois ainda há muito que se percorrer neste sentido. O preparo de um professor que trabalha com EJA deve ser diferenciado. A metodologia deve ser adaptada e seus projetos pedagógicos devem incluir as expectativas e a realidade dos alunos. Trata-se de um trabalho voltado às necessidades de trabalhadores (em sua maioria), marcados por experiências de vida que não devem ser negligenciadas.
Precisamos saber o que ensinar e a quem estamos ensinando. Conhecer o aluno, sua realidade, muitas vezes sofrida, faz com que a educação tome novos rumos e se defina prática e objetiva.
Novos projetos, novas políticas devem ser pensadas e adaptadas, trazendo o conteúdo escolar para a realidade do aluno e não vice-versa.
Fernando Haddad, atual Ministro da Educação no Brasil, em entrevista concedida ao portal do MEC ( 2008), afirma “Tenho hoje a convicção de que o Brasil conseguirá, até 2015, reduzir a taxa de analfabetismo pelo menos à metade”.
Para que isto ocorra de forma eficaz, faz-se necessário que a abordagem da temática proposta instigue no educando a vontade de seguir em frente, buscando conhecimento e desenvolvendo habilidades.                                      
O desenvolvimento cognitivo deve ser objetivado, sendo na verdade a principal meta do processo em questão. 
Precisamos, além de incentivar a Educação de Jovens e Adultos, investir em nossos professores. Proporcionar-lhes um salário digno, dar condições para participarem de cursos de aperfeiçoamento, enfim, oferecer-lhes melhores condições  para desempenharem esta tarefa tão desafiadora que é o ato de ensinar.
De acordo com Gadotti ( 2002), “Os programas de  educação de jovens e adultos   estarão a meio caminho do fracasso se não levarem em consideração a transformação real das condições de vida   do aluno-trabalhador”.
É de fundamental  importância,  que o professor conheça a realidade de seu aluno, saiba as aspirações e as necessidades  que os levam muitas vezes, já em idade avançada,  a retornar  à escola.
No decorrer deste  trabalho, percebemos várias vezes a interrupção nos programas de ensino, extintos por questões de fundo político. Muitos priorizavam a alfabetização e pareciam de fato quererem erradicar o analfabetismo, porém, o que podemos analisar ao longo de todos estes anos  é que tudo o que fizeram em prol da educação ainda foi pouco.
Situações como estas nos deixam perplexos e nos fazem refletir até quando pessoas que (em idade-série apropriada) não tiveram acesso à escola, ficarão às margens desta sociedade. Até quando os governos lançarão mão de projetos   a fim de beneficiarem apenas a si próprios?
 Alfabetizar  faz-se necessário, porém antes, mais necessário ainda  é  formar cidadãos de caráter que não sejam meros expectadores mas sim, atuantes e  cientes de seu papel na sociedade . 

1.4 Psicopedagogia Institucional : contribuições para a Educação de Jovens e Adultos 
 
No âmbito escolar, a Psicopedagogia Institucional  tem sido vista  como ação preventiva, fortalecedora de identidades e   transformadora de  realidades. Cria estratégias de ensino levando em consideração as diferentes formas de se adquirir o conhecimento.
A Psicopedagogia Institucional analisa  a instituição escolar , delimita as dificuldades educacionais encontradas e planeja de forma  reflexiva uma abordagem  que contribua para o sucesso escolar.
Desta forma, a Psicopedagogia também centra seu olhar na Educação de Jovens e Adultos.   Neste enfoque, procura estabelecer relações nas quais o principal objetivo é resgatar o prazer, não somente de aprender, mas também de ensinar. Sendo assim, reflete sobre as relações estabelecidas com o conhecimento e as diferentes formas de se adquirir este conhecimento.
O Psicopedagogo na EJA visa reforçar o estímulo que muitos jovens e adultos necessitam para prosseguirem seus estudos. Torna viável o sonho  de muitos em alfabetizarem-se, pois auxilia na criação de projetos motivadores da prática educativa.
Toda ação psicopedagógica deve ser pautada na prevenção do fracasso escolar e das dificuldades que envolvem tanto ensinantes como aprendentes.
De acordo com Escott:
O fracasso escolar está alicerçado basicamente, sobre duas dimensões que se influenciam numa relação dialética: a individual, que diz respeito ao aluno e suas vivências, pertencentes a uma estrutura familiar, e outra externa, que corresponde à escola e aos seus aspectos culturais, ideológicos e sociais da aprendizagem.   (Escott, 2004, p.37) 
Desta forma, torna-se fundamental  o papel do Psicopedagogo no âmbito escolar: prevenir os entraves que permeiam o  fracasso e quando este já ocorrido, desenvolver subsídios motivadores a fim de superá-los. 
O fazer psicopedagógico, tanto na EJA, quanto nas demais modalidades de ensino, faz-se essencial para que se possa compreender a aquisição da  aprendizagem do sujeito e como possibilitar a construção de novos saberes.

REFERÊNCIAS

BARROS, Katharyna e ALENCAR, Ana Paula. Mídia-Educação para adultos: uma questão de interação social. Disponível em : <http://www.mvirtual.com.br/ midiaedu/monografias/alencar_barros.pdf.> Acesso em 14 out. 2009. 
BRASIL. Parecer n. 11 de 10 de maio de 2000. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Relator: Carlos Roberto Jamil Cury. Brasília.
_______. Congresso Nacional. Constituição Federal de 2000.
_______. Congresso Nacional. Lei Federal nº 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 20 de dezembro de 1996.
ESCOTT, Clarice Monteiro. Interfaces entre a psicopedagogia clínica e institucional: um olhar e uma escuta na ação preventiva das dificuldades de aprendizagem. Novo Hamburgo: Feevale, 2004. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática Educativa. São Paulo; Paz e Terra, 1996. 
FREIRE, Paulo.Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1975. 
GADOTTI, Moacyr. Prefácio ao livro: 40 horas, 40 anos depois. Ensinar e aprender com Paulo Freire. De Nicéia Lemos Pelandré. São Paulo, Editora: Cortez, 2002. 
MEC, Educação de jovens e adultos: proposta curricular para o 1º segmento do ensino fundamental. São Paulo:Brasília, 1997. 
NOFFS, Neide de Aquino. Psicopedagogo na rede de ensino: a trajetória institucional de autores-atores. São Paulo: Elevação, 2003. 
SANTOS, Ivonete Maciel Sacramento dos . A Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/4105/1/a-educacao-de-jovens-e-adultos-no-brasil/pagina1.html. Acesso em 15 nov. 2009. 
ZAGURY, Tânia. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. 5ª edição - Rio de Janeiro: Record,2006. 
ZUNTI, Maria Lúcia Grossi Corrêa. A Educação de Jovens e Adultos promovida pelo MOBRAL e a Fundação Educar no Espírito Santo, de 1970 a 1990: uma análise dos caminhos percorridos entre o legal e o real. Vitória: 2000. 
Pesquisas realizadas no período de 15/04/09 a 05/05/09, na Escola Edwiges Fogaça – Esteio- RS. 

[4][1] Pedagoga e aluna do curso de  Pós-Graduação  em   Psicopedagogia    Clínica e Institucional Unilasalle Canoas - RS




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