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sábado, 27 de novembro de 2010

O Lúdico e a Psicopedagogia

Estes textos,  recomendamos para leitura àqueles que se interessam pela temática deste blog...

Conteúdo encontrado nos sites abaixo referidos e retirado integralmente para fins de divulgação, respeitando-se direitos autorais, sem fins comerciais.

O Lúdico e a Psicopedagogia.

“O homem só se torna plenamente humano quando brinca”. (Schiller)

Li essa linda frase num texto super interessante que fala da importância do lúdico na pedagogia e na psicopedagogia, as vezes não percebemos que não é a criança que tem que se inserir no nosso mundo mas nós que devemos nos inserir no mundo dela para que ela confie e com isso consigamos adentrar na sua alma que por muitos momentos está perdida e atormentada por viver num mundo estranhamente adulto.

O texto foi produzido pelas autoras Adilma Souza Santos, Adriana Nascimento Vilas Boas, Elisania dos Santos Dantas e Maria Augusta da Silva Moura.
Segue abaixo alguns trechos do texto que julgo interessante e importante para os que se interessam pela criança e o ser humano em sua essência, para os que pretendem trabalhar e auxiliar professores para que saibam como conhecer seus alunos, acrescento também alguns de meus comentários e sugestões sobre o mesmo.

ALGUMAS REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS IMPORTANTES SOBRE O LÚDICO E A PSICOPEDAGOGIA

Segundo Brougére e Henriot, o jogo caracteriza-se por constituír-se de um sistema de regras, do uso de determinado tipo de objeto e também do contexto social em que este se apresenta. Já o brinquedo, em contraposição ao jogo, não pressupõe a utilização de regras e enquanto objeto, é sempre um suporte para a brincadeira, sendo que esta, nada mais é do que o lúdico em ação.
Criança, jogo e brincadeira estão intrinsecamente interligados, no entanto, o nosso sistema escolar não percebe essa interligação e cerceia a criança das suas necessidades de movimento, expressão e de construção de seu conhecimento a partir do seu próprio corpo. Apesar de estar inserida neste meio, a escola precisa perceber a criança como um ser em constante desenvolvimento.
O clima de seriedade e de repressão estabelecido por tal instituição, não chega a intimidar totalmente as crianças, pois estas encontram sempre um jeito de fazer o que mais gostam, que é brincar. Esse brincar se manifesta das mais variadas formas, até mesmo, sob a forma de brigas e intrigas aparentes.
A ação de educar não pode restringir-se à simples preocupação com as estruturas mentais, mas também com a expressão do corpo em sua totalidade. Se educar é libertar, então, os processos que regem esta ação educativa devem fornecer subsídios para que tal idéia se concretize.
A intervenção psicopedagógica introduziu uma contribuição mais rica no enfoque da Pedagogia. O processo de aprendizagem da criança é compreendido como um processo pluricausal, abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivos, cognitivos, motores, sociais, econômicos, políticos etc. O processo de aprendizagem, bem como suas dificuldades, deixa de focalizar somente o aluno e o professor isoladamente e passa a ser visto como um processo de interações entre ambas as partes com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo professor e psicopedagogo.
Partindo desse pressuposto, é possível constatar que uma das formas de trabalho psicopedagógico é fazendo uso do lúdico, quer seja no diagnóstico, quer seja no tratamento. No diagnóstico, a atividade lúdica é um rico instrumento de investigação clínica, pois permite ao sujeito expressar-se livre e prazerosamente.
Através da ação de brincar, a criança constrói um espaço de experimentação. Nas atividades lúdicas, esta, aprende a lidar com o mundo real, desenvolvendo suas potencialidades, incorporando valores, conceitos e conteúdos.
O uso de brinquedos e jogos como materiais pedagógicos, do ponto de vista da psicopedagogia, necessita da percepção do contexto em que se encontram inseridos. Estes instrumentos não são objetos que trazem em seu bojo, um saber pronto e acabado. Ao contrário, eles são objetos que trazem um saber em potencial, que pode ser ou não ativado pelo aluno.
É nesse contexto que afirmamos que jogar e aprender caminham paralelamente na psicopedagogia e, posssibilitando-nos, através da hora lúdica ou hora do jogo, observar prazeres, frustrações, desejos, enfim, podemos trabalhar com o erro e articular a construção do conhecimento.
O material pedagógico não deve ser visto como um objeto estático sempre igual para todos os sujeitos, pois, trata-se de um instrumento dinâmico que se altera em função da cadeia simbólica e imaginária do aluno. Apresenta um potencial relacional, que pode ou não desencadear relações entre as pessoas.
O jogo é considerado como um preparo da criança para a vida adulta. Brincando, a criança aprende, e aprende de uma forma prazerosa. O ato de brincar constitui-se numa característica universal, independente de épocas ou civilizações.
A partir da vivência com o lúdico, as crianças podem recriar sua visão de mundo e o seu modo de agir. Os jogos podem ser empregados no trabalho da ansiedade, pois, esse sentimento compromete a capacidade de atenção, de concentração, as relações interpessoais, a auto-estima, e, conseqüentemente, a aprendizagem. Através dos jogos competitivos e com a aplicação das regras, os limites podem ser revistos e as crianças desenvolvem conceitos de respeito e regras, tudo isso de uma maneira prazerosa. O lúdico proporciona à criança experiências novas, na medida em que esta erra, acerta, reconhecendo-se como capaz; desenvolvendo sua organização espacial e ampliando seu raciocínio lógico na medida que exige estratégias de planejamento e estimula a criatividade.
É desta forma que a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e o externo. Neste espaço transicional, dá-se a aprendizagem.
Inserida a esta realidade, cabe ao educador definir quais objetivos pretende alcançar, utilizando uma metodologia adequada como: selecionar jogos coerentes, buscando explorar ao máximo os conhecimentos do indivíduo.
De acordo com o exposto no decorrer desta pesquisa, podemos constatar que o profissional da psicopedagogia surgiu a partir da necessidade de obter-se um maior entendimento sobre o processo de aprendizagem do homem, procurando sempre focar este homem como um ser múltiplo, influenciado tanto por aspectos físicos, cognitivos, quanto emocionais. No movimento de procurar entender estes aspectos é que o psicopedagogo constrói o seu trabalho, visando a diminuição dos problemas de aprendizagem e do fracasso escolar.
É nesse contexto de múltiplas interações que as atividades lúdicas são utilizadas no diagnóstico psicopedagógico, pois fazem com que as crianças e adolescentes revelem aspectos que não aparecem em situações mais formais do diagnóstico. O material a ser utilizado em tais atividades deve ser muito bem selecionado de acordo com os objetivos específicos do trabalho, da idade das crianças, do tempo disponível e, é importante estar atento para que esse material funcione como um atrativo pelo seu possível uso (colorir, escrever, modelar, construir, pregar, colar, prender, juntar), tendo em vista a construção do conhecimento e do saber por parte da criança.
Fica, portanto, evidenciado a essencialidade do lúdico no trabalho psicopedagógico, tanto no aspecto clínico quanto no institucional. No próprio diagnóstico, este pode ser encarado como uma possibilidade de compreender o funcionamento dos processos cognitivos e afetivo-sociais.

Este trecho que acabamos de ler nos mostra a real situação do mundo infantil e a importância de adentrarmos em seu mundo para que possamos fazer parte dele e com isso possamos ensinar, avaliar e posteriormente sermos ouvidos por essas crianças.
Saber observas as necessidades do paciente ou das crianças é muito importante e necessário para o sucesso de um trabalho desse tipo, a psicopedagogia como o proprio nome diz está voltada para trabalhar o psicológico seja infantil ou não de forma única e diferenciada analisando, avaliando e tratando qualquer disturbio aparente.
Por isso o Lúdico é tão importante, pensem bem, quem de vocês não adentraria no seu mundo com mais facilidade se pude-se sair da carcaça grossa da vida adulta e transportar-se ao mundo infantil onde ela em construção era quebradiça e frágil? Quem de vocês jamais desejou voltar no tempo?

Pensem nisso... O lúdico faz a diferença, trabalhem com ele, mudem o rumo de uma educação regrada e repetitiva, inovem e com isso alcancem o lado inalcançavel de seus alunos ou pacientes.



 



http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues/a-brincar/jogo-da-gloria.html

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